“O pensamento vagava sem lógica. Lembranças emergiam, desordenadas. Tinha encontrado uma posição, no sofá. A dor persistia, latejante. Incomodava, naquele momento, uma pontinha da etiqueta da camisa nova. Não conseguia mover o corpo e por isso foi obrigado a aguentar, como o algemado acometido de coceira no nariz. Procurou desviar a atenção do incômodo e o pensamento passeou de novo, de etiquetas para rótulos. Engraçado, pensou, como as pessoas pregam rótulos em si mesmas. Parecem desesperadas para dizer, a todo mundo, quem são. Heitor observava essa exibição da vida privada e se achava diferente da maioria dos jovens de sua geração."
Heitor é um jovem comum. Veio do barro, como nós todos. Ama, alegra, sofre, espera, supera. Evolui com cada experiência. Vive animado pelos sonhos e projetos. Preenchidos uns e interrompidos outros, todos compõem a sua história. Tem 23 anos. E, de repente, um acontecimento trágico o faz rever sua vida inteira em algumas horas. O leitor viajará com ele pelas frustrações e conquistas, desde a infância até a adolescência. Quem sabe se, lendo o relato das experiências pelas quais ele passou, os jovens leitores não refletirão sobre o significado do amor nestes tempos velozes que nos induzem à superficialidade?
Sobre o Autor:
Joaquim Maria Botelho, é em primeiro lugar, jornalista. Foi repórter especial da Revista Manchete, comandou equipes na TV Globo, TV Bandeirantes e no jornal Valeparaibano. Lecionou por dez anos na Faculdade de Jornalismo da Universidade de Taubaté. No âmbito corporativo, foi assessor de imprensa da Embraer e do Instituto de Pesquisas Espaciais(INPE). No governo estadual, foi coordenador de comunicação da Secretaria de Educação. Também é ensaísta e tradutor. É autor de vários livros e é presidente em segundo mandato da União Brasileira de Escritores.